
O que os ólhos não veêm o coração não sente. E deixa permanecer escondido, até que se perca de vista novamente, às vontades, os desejos e toda atenção seletiva. Até que se perca o cuidado e o carinho consquistado pelo tempo. O espaço faz morrer todo tempo. Afastar-se é amar de ólhos fechados. É amar independente do objeto amado. Amar por amar. É não ver. A cegueira tras pureza, menos a cegueira da paixão que trás ilusão. Quando os ólhos não veêm impedem também os outros sentidos de cooperarem com a aproximação. Afastar não é deixar de falar, é guardar-se.
O que os ólhos não veêm não chega ao coração. As palavras não ditas não remetem lembranças a mente. O amor é cego, surdo e mudo, somente quando deve ser esquecido.
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